terça-feira, 28 de abril de 2009

O futuro do roleplay nos MMORPGs

demorou falar de jogos de computador aqui. eu mandei esse e-mail pra uma lista de e-mail sobre video games, pra falar de dois massive multiplayer RPGs que estão sendo produzidos: planeshift e star wars: the old republic.

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Esse PlaneShift é um MMORPG desenvolvido com um engine GPL, só mantido
por doações e voluntários. Ele já está online pra se jogar (estou
instalando ele aqui) mas em um estágio ainda muito inicial e
incompleto.

http://www.planeshift.it/about.html

Um dos seus arquitetos deu uma palestra de uma hora no google tech
talk, cobrindo os detalhes de cada área do projeto; há trechos muito
curiosos, como o das pseudo-línguas que os coders criaram para o
pessoal que produz conteúdo e não sabe programar:



Ele ainda trata da distribuição de processamento no servidor deles e a
conversa dos clients - os NPCs, por exemplo, são processados a parte e
tratados pelo server do mesmo modo que um client de um jogador, para
não sobrecarregar o server e ao mesmo tempo dar potencialidade de
expansão infinita para a AI deles. Ele chega até a falar da
necessidade de 'estupidez' nos NPCs do jogo, que estava detalhado
naquele texto Intelligent Mistakes que o Marison mandou pra gente.
Fascinante.

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Outra curiosidade é ele comentar o quanto a estrutura, o hard-coding
de um MMORPG acaba sendo a parte menos massiva comparada com a
tonelada de conteúdo que ele vai ter, de textos, quests, texturas e
animações, porque é o que eu tinha acabado de ouvir no video dos
developers do Star Wars: the Old Republic, num video revelador pela
Gamespot:

http://www.gamespot.com/pc/rpg/starwarstheoldrepublic/video/6199708


Pois é, conteúdo é o mais importante. Estou maluco nessa idéia do SWOR
de você poder fazer escolhas que moldam a história do seu personagem.
Espero que elas moldem o próprio universo do jogo! Porque demorou um
MMO ter elementos mais profundos de RPG nele. Quero ver, no futuro,
integrarem o mundo dos jogadores com o dos NPCs... por enquanto os PJs
ficam brigando e se unindo pra brigar entre si ou pra enfrentar
desafios estáticos... falta um mundo que se adapta às atitudes dos
players.

Quem anda jogando Conan, LOTR, Warhammer pra me dizer como andam, e o
que vocês acham das inovações em roleplay, e conteúdo moldado pela
ação dos jogadores? Esssa parte é com certeza a que mais me fascina.

Um abraço a todos da lista

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um video bonus sobre o SWOR:


tambéms estou nesse momento jogando a versão 0.4 do planeshift, e logo escrevo mais sobre ele pra vocês.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Jazz/hip hop: definindo os 4 momentos

o bruno me passou o conceito do álbum dele. ele vai narrar a tragetória de uma sardinha, da pesca ao patê, e vai tirar uma analogia disso. uma idéia muito interessante... as letras que ele me mandou estão muito boas, e vou pedir permissão pra colocar elas aqui logo.

acabei de mandar um e-mail pro meu parceiro deste projeto, e gostaria de compartilhá-lo com vocês. ele é extenso, a escrita é bem informal, mas eu vou definindo o estilo de cada momento do disco e indicando músicas que eu gosto de cada estilo, então é uma ótima jornada do mundo do jazz e do hip hop. nem todos os exemplos são da época citada, mas lembram o estilo.

e-mail na íntegra. os detalhes em itálico são descrições do próprio bruno:

fala, Bruno!

curti muito as letras... bem pessoais e certeiras. eu fiquei lendo
elas e suas descrições dos momentos, pensando o que eu ia fazer no
som.

fiz o seguinte: escolhi 4 momentos do rap, e 4 do jazz, que eu acho
interessante misturados. Escolhi os estilos em ordem cronologica, e
eles acabaram se encaixando. o jazz vai dos primórdios ao fusion dos
80; e o rap vai ao contrário, do mais novo bizonho pro clássico. eu
comentei um pouco sobre cada um deles e coloquei exemplos de som em
cada um.confira e comente o que achou de cada estilo:

Divisão de momentos:

1 - A pesca: A mudança, a viagem, a chegada na cidade e o alumbramento.

JAZZ: ragtime, frenetico e simples, lembrando filme mudo se movendo, o
grave do piano marcando a melodia do agudo

scott joplin
http://www.youtube.com/watch?v=pMAtL7n_-rc
the entertainer (golpe de mestre)
http://www.youtube.com/watch?v=fPmruHc4S9Q

RAP: o mais 'moderno' possível, uma batida bem quebrada e sintética
(eletronica), mas pesada de um modo tribal

robocop kanye
http://www.youtube.com/watch?v=yraZdFcHh0g
10 dollar mia
http://www.youtube.com/watch?v=V3BP4V9gcFM
dizzee rascal lembra andar na cidade grande
http://www.youtube.com/watch?v=bFUCnEGVe50

Estranhamente esses estilos se combinam.. veja aí


2 - Fora d'água: O estranhamento, as mudanças de hábito, o choque
cultural, as dificuldades encontradas

JAZZ: Big Band. Aquela parede de metais, enchendo tudo, e melodias
alegres... e ando tentando achar um som de big bang triste, pra
contrastar... ia ficar louco.

duke ellington - pensylvania 6 5000
http://www.youtube.com/watch?v=i0m6i1HQxN8
satin doll
http://www.youtube.com/watch?v=TrytKuC3Z_o
tommy dorsey
http://www.youtube.com/watch?v=s-Iw5h59kyA

RAP: west coast da epoca do tupac, bem aquela ginga de break moderno
(crip walk). aqueles pianinhos bem finos e efeitos de sinth iam
contrastar bem com a parede de metais, e a bateria náo tao forte, mais
comportada, pega bem

tupac getto gospel
http://www.youtube.com/watch?v=IxR4AweLeXE
dr dre still
http://www.youtube.com/watch?v=_-afioLMcEc
50 cent many men
http://www.youtube.com/watch?v=nkPSrQVPE6I
akon blame it on me
http://www.youtube.com/watch?v=5f7kfhHHH_A


3 - Se enlatando: a percepção do cotidiano, novos hábitos
incorporados, o sentimento de aperto da lata


JAZZ: be bop. aqui você vai saber escolher bem mais do que eu

charlie parker vs. dizzie gillespie:
http://www.youtube.com/watch?v=gsBC5C5ERho

RAP: começo dos 90, mais east coast. vai ser legal usar o baixo aqui e
o estilo de batida

biggie
http://www.youtube.com/watch?v=gNPIOi2LiQk
jay z hard knock life
http://www.youtube.com/watch?v=zxtn6-XQupM
outkast 2 dope boys
http://www.youtube.com/watch?v=-6M7PFK1UxQ


4 - Com a abridor na mão: A percepção do funcionamento da cidadão, o
reconhecimento de outras sardinhas, a percepção da lata, aprendendo a
nadar em novos mares.


Aqui eu não tive letras ainda pra sentir o clima, mas já imagino uma
combinação ótima, que vai ser a chegada da maturidade no próprio som
também

JAZZ: o mais 'moderno' e doido que a gente conhecer do jazz ainda
puro, que é onde eu acho que vão ter mais pérolas. e a gente também
pode cair pra um piano, ou sax, mais limpo, solitário.

mais minimal:
http://www.youtube.com/watch?v=jvXywhJpOKs
cabaret
http://www.youtube.com/watch?v=BpeWHPtviFQ
OU herbie hancock
http://www.youtube.com/watch?v=XrgP1u5YWEg

RAP: batidas clássicas. pode ser chupado, ou reciclado (como o som do
kanye abaixo), e o engraçado é que ele é da mesma época do jazz
'moderno' que a gente vai usar no momento 4.

rapper's delight
http://www.youtube.com/watch?v=A-302Jp0bVQ
poplock
http://www.youtube.com/watch?v=9611FDI2NV4
kanye west - classic
http://www.youtube.com/watch?v=UDCDrcZK4NE

...

está ainda tudo em aberto. e na verdade pretendo colocar um toque
próprio, do tipo aproximar os soms da bateria dos 4 estilos, pro CD
ter um elemento familiar sempre presente (além da sua voz, claro).
estou achando que é só não encher de instrumentos e bagunçar tudo que
o clima vai ficar ameno por todo o álbum.

valeu, tomara que você curta o trampo. vamos conversando.

abraço!

me perdoem por não ter formatado a idéia como post de blog, mas não estou com tempo pra esse trabalho todo, e também achei que seria legal pra vocês ver o texto original. eu escrevi também sem pensar que colocaria aqui, mas acabou encaixando.

sem mais explicações: estamos criando, sim, devagar mas de maneira estável. e garanto que vocês serão sempre os segundos a saber. um abraço.

terça-feira, 7 de abril de 2009

rap com David: computer ghosts

fiz uma base nova pro david:


eu quero fazer um som mais picotado, misturando vários outros. eu sou muito fã de glitch. mas por enquanto só consigo dar a impressão de que eu não conecto os samples direito. a música que deu origem à idéia (apesar de demorar pra aparecer) foi:


outros samples, eu peguei na verdade do final de músicas que eu gosto muito. uma é da banda need new body, da qual eu só consegui achar um video no youtube mas que mostra bem o que ela tem de mais:

e eu peguei mesmo uma parte bagunçada do som deles. meu sample na verdade é só o fim da primeira faixa do álbum UFO. a música (gigglebush meets compUSA) não tem na internet, então estou pondo da minha biblioteca pra vocês:


meu outro sample também é só do finalzinho de um som, mas é uma música muito bonita que eu quero compartilhar com vocês. chama-se technicolor, do grupo ms. john soda; seu álbum foi best new music da pitchfork há uns anos. está aqui:

esse aqui é meu som preferido do grupo:


continuo também me divertindo demais produzindo esses sons. pela curva de aprendizado que ando mantendo, acredito que vou ter material bom em breve. espero que vocês estejam com a mesma impressão :). abraços pra vocês, e pro david, que vai pôr conteúdo nesse barulho todo.

EDT: definindo os títulos e a estética


este é o nome do primeiro capítulo, de seis. os títulos de capítulo aparecem como parte do ambiente do quadrinho. lumiere, por exemplo, é o que está escrito no caminhão que o protagonista dirige.

o logo do EDT vai mudar a cada edição. a idéia por enquanto é que ele acompanhe o estilo da letra que o nome do capítulo vai ter quando aparecer. o santiago fez um rascunho de como seria o logo da primeira edição (a cor é acidental):


o logo EDT, seguido do número do capítulo, serão os únicos elementos que não estão dentro do quadrinho. não vai ter escrito 'capítulo 1: lumiere', não vai ter o preço ou nossos nomes estampados... assinaremos nossos nomes dentro da história, e não fora. essa é uma tentativa de explorar uma estética mais limpa, graças à liberdade que temos por sermos independentes (por isso disse que quero imprimir tudo sozinho).

então é isso. tudo limpo, só a obra. nada na obra sobre ela mesma. quero cortar as distrações ao máximo, e deixar lá só o necessário. pra indicar nomes de capítulo, preço, etc estou pensando em fazer uns folhetos de propaganda.

o santiago anda agora narrando a parte da produção dele em seu blog. vou deixar vocês a par de tudo, e enquanto isso vou desenvolver mais essa idéia de liberdade no formato.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Rap com David: letra e conceito

Esqueci de documentar aqui uma letra que o David racunhou, e me mandou por msn pra mim ter idéia do que ele anda produzindo. aliás foi por isso que no primeiro post sobre o projeto elogiei o jeito que ele está escrevendo rap, e disse que ia pedir permissão pra ele pra publicar aqui. Esse é um dos techos:

Um maluko disse q o inferno pra mim é pouco
Desculpe ai amigo mas cê ta ficando louco
Naum parou para pensar, naum parou pra refletir
q o inferno existe e com certeza é aki
sem brasa e sem enxofre... sem o cão e o tridente
cada um tem na sua vida um inferno diferente

e ele esta lá onde o sonho se dissolve
sempre estara presente onde estiver o homem
Naum faz diferença se cê é bom ou se é mal
Todos tem um lado negro e um inferno pessoal
Ta contido em cada suspiro, em cada soluço, em cada grito
Contido e incontido em cada coração aflito
Naum improta sua caminhada se td termina igual
Estórias diferentes mas todas com o msm final
Das cinzas as cinzas... do pó ao pó
O final é o msm pra todos... samba de uma nota só

colei do jeito que ele escreveu no msn. ele começa de leve... mas vai andando pro poço, cada vez mais fundo, e não tem volta, não tem redenção. isso que eu adorei: o peso e a falta de esperança.

o David tem já um conceito pro álbum, do início ao fim, dando idéia da trajetória do cara que está cantando, os assuntos que ele trata e pra onde ele está indo na carreira dele. e o som do álbum vai seguir esse caminho, indicando o estado mental do cara que está cantando. a gente ainda tá conversando como isso vai se passar e aos poucos vou registrando aqui.