segunda-feira, 2 de março de 2009

Muitos anos de você mesmo

dismemberment plan foi uma banda que lançou seu primeiro EP em 94, lançou 4 discos até 2001, e mudou seu som para cada um deles. eles não foram da salsa pro country, nada disso. O detalhe é que o som deles amadureceu cada vez mais. ouçam the city de 99, do álbum emergency & I. "eles não são revival de new wave, eles são legitimamente o new new wave", disse mais ou menos um crítico da pitchfork media, sobre o disco. agora the face of the earth, do álbum change, merece tanto quanto a outra que se acompanhe a letra. "... graciosamente sucumbiram à idade adulta" é o que diz nosso crítico. o texto vale a comparação final com borboletas, que podia ser horrível mas funcionou, ficou bonito.

já a pitchfork começou como fanzine em 95, e em 99 já era um website com matérias regulares sobre música. hoje em dia ela é gigante, tem radio e promove shows, etc. mas o que eu conheço mesmo de lá são as críticas dos álbuns, que são sempre ótimos textos pra se ler - mesmo que não falem nada direito sobre o disco - que são panoramas de gente apaixonada por música e que vive no centro de tudo aquilo. se você for na página da wikipedia de boa parte dos álbuns da nossa década, vai ter lá a nota da pitchfork e o link pra resenha.

emergency & I é um daqueles discos que marcaram época. 5 anos de banda, e saiu esse álbum. agora, imagina ainda o sujeito que resenhou esse álbum quando saiu, em 99, já sabendo o que ele significava? são dois bons motivos pra você não tentar salvar o rock ainda esse ano. muito menos tentar dizer como foi qualquer época musical. porque, você tendo vivido a época ou não, o que seu texto vai parecer ao ser lido por um cara que sabe realmente como 99 foi? muito difícil chegar nessa gente. seguindo essa lógica, fica óbvio que não vamos fazer história antes da década acabar...

isso tudo só pra lembrar o quão longo é o amadurecimento de alguma coisa que a gente cria. marcenaria de prateleiras em comparação a móveis coloniais, meu gibi comparado com preacher. então a gente faz história lá pela década que vem.

um outro detalhe é: mesmo que o som do dismemberment plan soe mal pra alguém, pareça velho pra outros, e os textos da pitchfork pareçam forçados, metidos... primeiro, não são realmente, em nenhum dos dois casos. segundo, eu imagino que fica bem difícil entender o que está acontecendo na música agora se não levarmos o site, ou a banda, em consideração; então vamos ter que observá-los com mais carinho. depois eu falo de mais coisas da nossa época que precisamos considerar, e amar :-)

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